A cozinha maravilhosa de Pai Al

Prato de hoje: Vingança. Sirva gelado.

Na próxima segunda-feira tenho audiência marcada no Tribunal com o cara que bateu no meu carro.

Resolvi contribuir para o equilíbrio emocional do indivíduo.

Com a placa do carro se faz um BO, com o BO se consegue no Detran um documento chamado "espelho". Que contém muitos dados sobre o proprietário do veículo. O nome completo por enquanto é suficiente.
No site da telefônica, consegue-se o endereço e telefone do indivíduo.
No site do CRM, a data de registro no conselho. 1972. Considerando que isso deve ter sido logo depois de formado, concluo que o sujeito já tem idade suficiente para ter vergonha na cara e não ficar fazendo papel de babaca num acidentezinho besta de trânsito.
Mas vamos ficar em 55 anos de idade.

No último fim-de-semana fui a um orelhão e liguei para a casa do sujeito. Atendeu uma mulher. Voz de alguém que tem perto dos 50.
Pedi meia muzzarella, meia calabreza. Desliguei.
Ok, o cara é casado.

O bom de morar em cidade metida a grande é que existem floriculturas na internet que entregam aqui.
Para minha sorte, uma delas aceita pagamento com boleto bancário.
Hoje, na hora do almoço, paguei o boleto, em dinheiro. Paguei no banco mesmo, em uma agência do centro. Talvez o ideal fosse pagar em lotérica, mas não sei se aceitam boleto.

No máximo em 2 dias úteis o boleto é compensado. De qualquer forma, programei na floricultura a entrega para sábado, porque sei que o cara tem plantão na sexta a noite, no mínimo, até as 19h. E sábado de manhã ele trabalha na clínica (isso eu descobri ligando para o número do cartão que ele me passou. É uma clínica particular, além do hospital público onde ele dá plantão e onde foi o acidente).

Assim, se tudo correr bem, no sábado pela manhã a esposa dele estará recebendo em casa um belo bouquet de rosas vermelhas, endereçado a ele e com um cartão:

"Meu Raposão,
Obrigada pela inesequecível noite de sexo selvagem de ontem.
Da sua traveca preferida,
Shyrley Furacão"

Se o cara desconfiar, pode até querer me pegar de porrada na saída do Tribunal. Mas espero mesmo vê-lo chegar lá com alguns hematomas e escoriações, tipo pau-de-macarrão. Pensando bem, se ele dormir no sofá de domingo para segunda, o efeito já vai ser suficiente. Nada como uma noite mal dormida para atrapalhar a argumentação.