Monday, April 03, 2006

Cut & Paste -ou- Viktor qué mulé

Neste fim de semana pela primeira vez na minha vida rasguei fotos.
Nunca quis fazer antes, sempre tinha a sensação de estar destruindo a alma alheia.

Mas agora, com a mudança de apartamento, vieram a tona certas fotos de conteúdo, hmm, digamos, artístico.
Coisas do tempo que não existia câmera digital.
Coisas que não havia mais razão de guardar.

A primeira foto rasgada foi difícil, doída. Como partir aquela imagem em duas?
Depois achei melhor usar uma tesoura. Nada de fazer a coisa com as próprias mãos, de mãos vazias.
Aí fui pegando embalo, pegando gosto pela coisa. A tesoura torna tudo mais fácil, delicado, preciso.
E para que picotar? Sem barbarismos por favor. Depois que a gente relaxa, fica mais fácil recortar uma mão aqui, uma perna ali. Só os olhos, para que ninguém seja identificada.
Daí por diante, é só diversão. Rever fotos, recordar, recortar.

Ah! As coxas de Carla! E que bunda, benza-deus! Cut!
Os seios de Denise! Quanta fartura! Lembranças magníficas de quanto me esbaldei! Cut!
E o cabelinho curto de Érica, seu olhar maroto, seu jeitinho sapeca... (suspiro) Cut!
Por fim Virgínia, sodomita infernal, de botas de salto alto e chicotinho na mão. Como sofri nas mãos daquela mulher! Ok, fiquemos só com as botas. Cut.

Ao final de quase uma hora de flashbacks tinha construído meu próprio monstrinho.
Tesão de monstrinho.

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