Sunday, March 22, 2015

Leonardo Boff foi de intelectual a imbecil em 3 palavras, ao engrossar o coro de que o "Brasil odeia pobre".

Já tive antes vontade de manifestar sobre este assunto da modinha atual, quando via Facebook vi amigos com quem estudei, e que julgava cordatos, me chamando de coxinha. Mas deixei para lá.

Agora esbarro nisto e nisto:
http://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/efe/2015/03/16/leonardo-boff-diz-no-uruguai-que-ha-odio-contra-os-pobres-no-brasil.htm
http://jornalggn.com.br/noticia/leonardo-boff-o-que-se-esconde-atras-do-odio-ao-pt-i-e-ii

Vou usar seu próprio texto:
Segundo o pesquisador Márcio Pochmann em seu Atlas da Desigualdade social no Brasil : 45% de toda a renda e a riqueza nacionais é apropriada por apenas 5 mil famílias extensas. Estas são nossas elites.


Que cada uma destas "famílias extensas" ocupem, digamos, 10 varandas gourmet. São 50 mil panelas sendo sadicamente açoitadas e sodomizadas, por todo esse Brasilzão. Pelas minhas contas, cada uma delas deveria produzir perto de 3000 decibéis para chegar em resultado similar aos últimos panelaços registrados.

A pessoa tem que ser muito tapada para não perceber, ou não querer perceber, ou estar embriagado demais por ideologias para perceber o non sequitur (ótimo nome, aliás, para companhia de turismo. "Na Nonsequitur Turismo pobre voa de avião desde 1992"). Se pensarmos nos 51 milhões que votaram no coxa-mor e mais 32 milhões que acham que a situação está cagada de vez, a conta não fecha. A definição de elite passa a ser tão elástica quanto Siqueira, de acordo com a conveniência.



Confesso que odeio pobre...

Pobre na fila do pronto-socorro, esperando por 12h para ser atendido porque não tem convênio médico. E se ascendeu à classe média e tem convênio, grande coisa, vai esperar na fila do mesmo jeito, por algumas horas a menos.

Pobre voltando a fazer a compra do mês logo que sai o salário, porque se deixar para daqui 15 dias, o preço é outro.

Pobre ficando cada vez mais burro e terminando a faculdade com menos conhecimento do que quem terminava o colégio (público e gratuito, diga-se de passagem) 50 anos atrás. E depois que se formar, ainda ficará devendo até o cu para o Fies.

Pobre andando de carrinho 1000 por aí, comprado em 120 parcelas sem juros, e tendo seu possante roubado no primeiro semáforo que parar.



Será que o bofe não entende: a elite adora pobre!.

Adora mais ainda pobre com dinheiro. Afinal é da tal elite o dono do plano de saúde mequetrefe, ou da grande cadeia de supermercados, das faculdades particulares que se alastram como capim, dos bancos que deram metros de corda no crédito e agora estão puxando os resultados, big-bosses das montadoras. Também provavelmente donos da Gol, da Azul. A elite adora pobre com grana. Ninguém é louco de reclamar de pobre com grana. Torcem todos para que tenham cada vez mais, e seu número aumente. E que, por tabela, os tornem mais ricos em suas varandas.